segunda-feira, 10 de março de 2014

Experiências de THE

Depoimentos de pessoas que realizaram, em diferentes anos, os Testes de Habilidade Específica em expressão gráfica.

Depoimento 01

Minha prova foi a de 2008 (Artes) da UFRJ.
Comecei pela vista ortográfica enquanto esperava a disposição do modelo de representação. Essa parte foi bem fácil.

Montado o modelo, havia um jarro e um prato raso de barro sobre um tecido azul que pendia da parede. Desenhei e pintei em alto contraste (não sabia sombrear direito), marcando as linhas de contorno em tons mais escuros. Não desenhei nenhum suporte. Só o tecido e as peças de barro, mesmo, deixando uma margem de uns 4cm.

Para ilustrar a música, desenhei o sítio do Seu Artur em Lumiar, com a casa bem grandona, a filha mais nova dele (dentro das minhas possibilidades plásticas e de memória) na janela com um hibisco no cabelo e, no quintal, uma hortinha que não existe de verdade, e inventei também umas galinhas e meia vaca. Porque eu não sabia desenhar a cabeça, então desenhei de maneira que só a parte de trás coubesse no enquadramento (não usei margens no papel desta vez). Não deu tempo de pintar esse desenho. Apenas reforcei os contornos.


Depoimento 02

Fiz o THE (Artes, UFRJ) em 2006. Foi dividido em 3 partes. Uma tinha três figuras geométricas cortadas por um plano e você tinha que relacionar essas figuras com o desenho formado pelos cortes. Moleza.

Outra parte consistia de metade de um desenho em perspectiva, cuja outra metade você deveria completar, novamente foi tranquilo. Era a vista de uma rua, comecei localizando o ponto de fuga central e, a partir da altura das portas, tracei linhas que me davam a altura média das pessoas. Desenhei uma loja de roupas seguida da entrada de um hotel que permitia que se visse parte da sacada com algumas plantas decorativas pendendo para baixo. Em frente a loja desenhei uma mulher olhando a vitrine enquanto segurava o filho pelo braço e uma pessoa saindo da porta do hotel. Fiz um canteiro central dividindo a rua e desenhei parte de um táxi no primeiro plano. Usando o ponto de fuga central como referência fiz alguns postes no canteiro central.

Por fim, houve uma sessão de desenho de observação que tinha como modelo uma bacia escorada na parede e um bule com um espanador dentro. Esse foi o único trabalho que me gerou alguma insegurança por que nas instruções da prova constavam como material diversas referências ao uso de cor, e até então eu não havia feito nada colorido. Inicialmente esbocei as figuras com lápis, o que foi relativamente rápido, a partir daí comecei a usar lápis aquarelável para pintar, mas não estava satisfeito com o resultado, o que me deixou um pouco apreensivo. Neste momento resolvi usar o nanquim para deixá-lo um pouco mais apresentável. O aspecto visual melhorou, mas foi certamente o trabalho que menos me deixou satisfeito. No fim, foi o suficiente para ser aprovado.


Depoimento 03

Bem, aprendi com o THE 2013 que é preciso calcular bem o tempo de prova, não perder muito tempo colorindo demais um dos desenhos e o que eles vão analisar principalmente é se você tem percepção, noção de espaço e de vistas idealizadas de um objeto.


Depoimento 04

O meu THE foi maneiro! Porém havia coisas que eu nunca havia feito, tipo desenhar em folha A3. Acho que é essencial os alunos de THE aprenderem a realizar desenhos em diferentes tamanhos tipo A4, A3, A2 ou pelo menos conhecerem. Uma coisa muito boa também são os desenhos de observação. Tipo bola, vassoura, vaso. E desenho de memória e pra descobrir padrão do desenho.


Depoimento 05

Eu sinceramente sempre fui uma excelente copista, copiava tudo o que via pela frente. Então o desenho de observação eu tirei de letra. Mas o de criação! Oh, Céus!!! Fiquei a maior parte da prova com o papel na minha frente, pensando no que fazer... No final fiz um desenho péssimo...


Depoimento 06 

Quando eu fiz a prova do THE (Arquitetura UFRJ, 2013), estava absolutamente relaxado, o que me ajudou bastante. É uma prova diferente das que eu estava acostumado a fazer, então cheguei até a achar divertido. Tenho certeza que se eu tivesse ficado nervoso, travaria por completo, então limpei a mente e fui.

Eram quatro questões para 4h de prova, e meu principal objetivo era demonstrar em cada uma delas algo técnico que eu havia aprendido.

A primeira consistia em, conforme indicado no enunciado, em executar duas dobraduras em papel especial, extremamente fino. Fiz um esforço para não deixar transparecer toda a brutalidade das minhas mãos e consegui fazer um trabalho limpo. No final, assemelhavam-se a uma telha parecida com "WVWVWV"

A segunda pedia para construir uma edificação cujo teto teria que ser uma das próprias dobraduras da questão anterior, com figuras humanas e vegetação. Julguei que a melhor forma de mostrar o teto seria em uma perspectiva com dois pontos de fuga, então foi o que eu fiz. Montei uma igreja no final de uma rua, montei uma calçada arborizada (árvores e postes realçam muito bem a ideia de ponto de fuga) e coloquei uns bonequinhos sem vergonha no meio. Quase bonequinhos de palito mesmo. Pintei o céu de azul bem claro e a vegetação, para diferenciá-la do grafite cinza das edificações.

A terceira questão pedia uma composição, com as mesmas dobraduras dos itens anteriores. Coloquei uma das "telhas em pé e outra, deitada, por trás. Trabalhei nessa questão a técnica de luz e sombras com hachuras. Pintei o fundo de verde e apenas ele, para não estragar o sombreado.

O último item era um tanto mais livre. Havia um poema (ou algo assim) e eu tive que desenhar algum de seus trechos. MINHA PIOR ESCOLHA foi ter investido numa floresta, com um cara escorado em uma árvore tocando violão para uma moça sentada em um dos galhos. Como estava pobre de técnica, joguei uma luz do sol pra fazer sombras fortes nas árvores e fui deixando menores as mais distantes.

Acabei a prova com muita fome, mas bem mais tranquilo do que eu estava quando eu acabei o ENEM. E deu tudo certo!

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